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Já lá vão 17 anos...

Há precisamente 17 anos atrás, lembro-me ter feito a minha primeira "directa".

Tinha 9 anos, e estava deitada na cama, com as luzes apagadas em toda a casa, a olhar para o relógio da mesa cabeceira a passar os minutos a cada 60 segundos. Já não sei que horas eram, mas frustrada por não conseguir dormir, fui ter à cama da minha mãe, e descobri que ela estava tão acordada como eu. Ocupei o lugar vazio do meu pai, e enrosquei-me nela a tentar adormecer. Coisa que não aconteceu. Daí a nada, o meu irmão juntou-se a nós. Éramos pequenos, e a cama era grande, cabíamos lá os 3.

Continuámos os 3 acordados.

Até que, num acto de desespero, a minha mãe levantou-se, acendeu as luzes todas que a casa tinha, e a noite transformou-se em dia. Foi para a cozinha e fez torradas e chá, ligámos a televisão e passámos parte da noite a ver o filme de animação "Fievel - um Conto Americano" que tinhamos gravado em VHS. Quando acabou, coincidência ou não, chegou o táxi para nos levar ao aeroporto.

Foram cerca de 12 horas de viagem, a contar com a escala em Londres. Lembro-me da imensidão do avião, de tanta gente a falar uma lingua que não percebia, e de como, por erro de alguém, nós não viajámos juntos. Cada um na sua ponta do avião.

Lembro-me da primeira vez que vi as núvens lá em baixo, de ir colada à janela no lugar dum senhor simpático que trocou comigo. Lembro-me de aterrarmos, e de pisar o chão da América pela primeiríssima vez. Sermos conduzidos por um corredor, e finalmente, lá ao fundo...

...O meu pai! Corri para ele, e matei saudades acumuladas há um mês e meio. Deviam ser umas 3 ou 4 da tarde, hora local, quando saí do aeroporto e senti na pele a falta que um ar condicionado faz. O calor que se sentia na rua era tal como o que se sente hoje, 17 anos depois... só que mais quente ainda.

O entusiasmo não deu para sentir o cansaço, e passei o resto da tarde a descobrir - a descobrir a nova casa, a descobrir o novo bairro, a descobrir o novo quarto, a descobrir o novo carro, a descobrir a nova garagem... E era 4 de Julho.

Eu sei que não foi por minha causa. Mas no dia em que eu cheguei aos Estados Unidos, asssiti a um espectáculo de fogo de artifício como nunca antes tinha visto. Finalmente, já a noite ía grande, adormeci na minha nova cama. E dormi todas as horas que tinha para compensar de uma só vez. :)

Foi há 17 anos atrás, e, apesar de ainda me lembrar de muitos pequenos pormenores desse dia, sinto-o já distante... Mas acabei de escrever num relatório que hoje era dia 4 de Julho, e inevitavelmente pus-me a recordar.



Ah, sim.. e lembro-me ainda de ter passado por um gato e ter descoberto que,
ao contrário do que o pai do Fievel acreditava, existem de facto gatos na América!

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2 comments:

Sandra said...

=)
desc ontem n ter dito nada. só vi a sms à 1 da manha. nao era decente responder.

estamos a ficar velhas. ja tens historias antigas deste genero para contar =)

Sandra said...

olha, acho que estou a ler o mm livro que tu...

mas em pt....

platao e ornitorrinco entrao num bar...acho k é o mm :P