Pus-me hoje a pensar em resoluções para o ano novo. Tenho a dizer que desisti ao fim de pouco tempo. Isto porque o próximo ano está carregado de tanta coisa que eu desconheço por completo, todas elas encaixando-se em 2 categorias:
1) finalmente acabar o internato, esta longa jornada que começou tinha eu 15 anos, está agora a acabar a poucos meses de fazer os 30!! E depois... mistério!;
2) ser mãe, que vai mudar tudo.... mas para o qual é impossível preparar-me de antemão, vai ser uma viagem aprendida a cada passo dado;
Isto faria com que a única altura que daria para programar o que quer que fosse seria agora nos primeiros meses do ano, mas esses estão de tal forma ocupados com o exame final que pouco tempo sobra para resoluções, que ficariam quase que seguramente por cumprir.
Então, que fazer? Ora, eu consigo programar o meu amanhã. Portanto, achei que criar antes as resoluções de Ano Velho faria mais sentido. Ora cá estão elas:
1) Organizar o guarda-fato
2) Ver que roupa tenho que me sirva nos meus meses de barriga grande, e comprar o que faz falta
3) Ir buscar o diploma de curso, pedido há 6 anos.....
4) Sair do ano velho com a casa limpa
5) Despejar o guarda-fato que está no quarto que até agora se considerava "da tralha" (e que vai deixar de o ser brevemente)
6) Fazer bacalhau espiritual na Cookii, só para ver se fica bom
7) Escrever mais 10 páginas do curriculo
8) Estudar 2 temas "menos importantes" para exame final (afinal, é fim de ano, e eu não me consigo concentrar nestas alturas, portanto mais vale ver o que é menos importante)
Passaram já 10 horas desde que fiz essa lista. Até agora cumpri 5, já só faltam 3... IEI!! :)
By the way, o bacalhau ficou óptimo! E já tenho resolução de ano novo - começar a fazer "to-do lists". Esta parece estar a funcionar...!
Resoluções de Ano Velho
O mistério das meias desaparecidas
Não devo ser caso único. Acredito verdadeiramente que em todas as casas se passa a mesma situação. Pomos um par de meias para lavar, e quando vamos a dobrar o molho das meias todas, descobrimos que algures no processo, uma das meias desapareceu. Para onde foi ela?!
A minha conclusão sempre foi muito simples - ficou perdida na roupa que não foi lavada. Logo, a solução e lógica - guardar a meia desemparelhada) num local longe da vista (e do coração), e da próxima vez que se lavar a roupa resolve-se o assunto.
E assim foi durante alguns meses. Mas lá está, longe da vista, longe do coração, e a tendência foi para ir acumulando meias desemparelhadas na despensa ao longo de meses.
Mas hoje estou de "férias"* - acordei cedinho, dei um jeito à casa, fiz mais umas páginas de currículo, fui cortar o cabelo, almocei e pensei - é hoje que aquele molho de meias vai desaparecer da dispensa. E sentei-me com o molho gigante de meias no sofá, e duas a duas comecei a dobrá-las.
... Mas não é que cheguei ao fim, e faltam-me 3 meias?! E ontem lavei a roupa todinha, portanto...
Natal a 2... e meio
Na verdade, o título está errado. Não foi um Natal a 2 e meio. Foi um Natal de casa cheia com a família. Na verdade, Natal a 8 e meio.
... Curioso é que quem recebeu mais prendas não foi nenhum dos 8 presentes. Foi sim o "e meio". Embora escondidinha e ainda sem dar muitos ares de sua graça às pessoas em geral (a excepção é a mãe, que por vezes é premiada com pontapés e cotoveladas), foi ela que teve direito a prendas inacabáveis de todas as cores e feitios!
.... Ainda é muito pequenininha, mas já vive na cabeça de muita gente. Foi um Natal diferente, com coisinhas minúsculas em tons brancos e cor de rosa. Foi um Natal bom! :)
Hip Hip.... HURRAH!!
Acabaram-se os relatórios de internato!!! E acabaram-se os exames de ano de internato!!!
Já só falta o curriculo e o exame final e depois.... Freedom!! Anseio por este momento desde o 10º ano, altura em que "lutar pela nota" começou a ter importância, e em que aprendi a "marrar" como gente grande, encafuando-me em casa enquanto outros se divertiam à brava, passando longos serões com livros enquanto outros se divertiam, e ... enfim, no fundo, divertindo-me também enquanto outros se divertiam, mas eu cá divertia-me à minha maneira!
Valeu a pena, não tenho a menor dúvida disso. E foi divertido, apesar dos momentos de sofrimento intenso (... mas hey, quem não tem esses momentos de aperto?!). Mas hoje, olhando para trás, quase que olho com saudades esses momentos... Parece que de tão familiares que são, se tornaram algo indistinto da minha pessoa.
Ainda falta até acabar. Eu sei que ainda falta. E a etapa que resta não é uma etapa fácil. Mas é concretiza uma etapa que vai deixar algumas recordações, boas e más, para serem lembradas daqui a uns anos com os mesmos olhos saudosistas com que eu olho agora para a véspera dos testes de matemática ou de físico-quimica.
Foram 14 anos a lutar por notas, a tentar saber aquilo que inicialmente parecia quase impossível de saber, e que afinal se superou. E, 14 anos depois, é incrível pensar na quantidade estúpida de coisas que aprendi, nas pessoas que conheci ao longo de todo este tempo, e essencialmente do quanto eu cresci.
Às vezes faz falta parar um bocadinho e reflectir no que andamos a fazer com as nossas vidas. Afinal, os dias passam iguais uns aos outros, e quase nem damos conta do processo evolutivo que vamos sofrendo ao longo das nossas vidas. São precisos marcos que nos façam parar um bocadinho, respirar, e reflectir.
E este dia, esta data, é um desses marcos.
It's the most Wonderful Time of the Year
É a época mais fabulosa de todo o ano - as ruas estão frias enquanto as nossas casas estão quentinhas, há castanhas assadas em cada esquina, e as pessoas passeiam-se alegremente pelas lojas a pensar nas prendas mais indicadas para cada um dos seus familiares. As árvores de Natal estão montadas, e é quase impossível fugir à música natalícia bem disposta que paira no ar de qualquer espaço fechado.
.... E no entanto, aqui estou eu, sentada no sofá, a aguardar pelo meu último exame durante o internato. Esqueçam qualquer espírito natalício, por aqui (e num raio de pelo menos 5 metros à minha volta, onde quer que eu esteja) paira antes o espírito ansioso, aquele que bloqueia mentes e tira o sono às pessoas. Aquele que leva a respostas tortas dadas às perguntas mais simples e a mau ambiente. Aquele que faz com que aqui neste cantinho lisboeta, ainda não exista uma árvore de Natal montada, nem qualquer vestígio de prendas espalhadas ou escondidas pela casa.
Aaaaaiiii, nunca mais chegam as 16:00 para também eu ser invadida por esse espírito natalício que eu sei que existe, mas que simplesmente ainda não consegui saborear este ano.