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Mãe vs. Médica

Quando o meu primeiro sobrinho nasceu, a minha cunhada estabeleceu como critério de escolha da pediatra que o iria acompanhar o facto da médica ter de ser mãe. Um mês depois de ser mãe, compreendo o porquê.

Há tanta, mas TANTA coisa que nem os livros nem os estágios ensinam. É assustador. Sou mãe há um mês apenas, e se amanhã fosse fazer uma consulta de saúde infantil não tenho a menor dúvida que aconselharia os pais de maneira diferente apenas pelo facto de já ter passado pela experiência também. Pelo menos os pais de recém-nascidos. A verdade é que a prática nem sempre se resolve com a teoria, e a teoria, em certos casos, apenas está lá para incomodar certas práticas ditadas pelo bom senso.

Gosto sobretudo da minha (in)capacidade de balançar os meus conhecimentos de médica com os meus medos de mãe. Como a primeira vez que vi a minha filha bolçar sangue, que por sinal foi durante o período nocturno - porque é que tudo fica mais assustador no silêncio/escuridão da noite? Admito que apesar de me vir à cabeça o tão banal "ah, não te preocupes, isto são apenas os teus mamilos gretados, não há nada de errado com a criança", não consegui evitar a taquicárdia, a aflição momentânea, e a fatídica vozinha que teimava em fazer-se ouvir - "e se não for?!". Ou a ralação mais recente deste fim de semana - "será que está com calor?!" e dispo-a. Dez minutos depois - "Será que está com frio?!" e visto-a. Passado algum tempo "não, decididamente está com calor" e dispo-a novamente. A esquizofrenia imposta pela onda de calor quando se tem uma criança de um mês em casa. Ou ainda o tão pouco importante "mas como é que eu limpo estas pregas todas de modo a que não acumulem lá restos de leite parcialmente digerido?!" numa criança que se contorce com cócegas (?... espero eu que sejam cócegas e não dor!) sempre que eu tento limpar o pescoço. Que é algo que tento fazer depois de cada mamada. Juro que tento. Mas tenho plena consciência de que a técnica precisa de muito aperfeiçoamento.

Enfim. Decididamente, compreendo o critério da minha cunhada. Isto de ser mãe não é fácil, mesmo quando se conhece a teoria. Ou, pelo menos, quando se pensa que sim.


P.s. -verdade seja dita, nunca antes me senti tão preparada para aconselhar mamãs com mamilos gretados! :)

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