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A Razao

Algures na tarde há um fumo que arde
no sangue de dois faladores,
Discutem e agitam e como que gritam
atraem mais espectadores,
Têm raiva nos dentes e fogo no olhar
atiram serpentes de fúria ao falar,
Perguntam à toa, respondem que não,
e mesmo que doa hão-de ter a razão.

Com frases alheias defendem ideias
que ouviram alguém defender;
Arriscam a fé e enganam até
se sentirem que podem vencer;
E não buscam verdade, que é isso afinal
Viva a tempestade, mentir não faz mal
Avançam nos gritos, talvez frustração
por ditos não ditos, lá têm a razão.

E uma criança sem tempo aproximou-se atrevida,
e tem na frente o exemplo do que é ser gente crescida...

Afasta-te já, não demores por cá,
tu não ouves, não olhas, não vês.
Tu és simples e justa,
ai, eu sei quanto custa tentar aprender os porquês.
Tu és vida e bonança depois do furor,
és sol de esperança de algum sonhador!
Sorris na beleza da tua ilusão,
tu tens a pureza de não ter razão.


...Eu invejo o sorriso
que agora te vi
Criança eu preciso
lembrar-me de ti
Na vida tão escura
tens luzes na mão
O sonho, a ternura, o amor
a Razão...

(Carlos Paião)

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