Quando a médica... vira doente.

Ontem estava sentada calmamente no sofá, e de um momento para o outro, um músculo decide contrair-se algures na junção dorso-lombar direita, com irradiação para o ombro ipsilateral. Raios partam. Ficou contraído durante cerca de meia hora, apesar das massagens frenéticas e da tentativa de mobilização. Tentei despir a roupa, mas a dor era de tal forma intensa que as calças ainda foram, mas só pensar em tirar a manga do braço direito... nem pensar. Lá se foi a ideia do chuveiro de água quente. Pensei em deitar-me e ver o que acontecia, mas a cama é baixinha e deitar-me também não era uma solução plausível naquele momento.

"ESTOU A BORRER!!" - Lamuriei-me eu para as paredes, que o namorado (a.k.a. enfermeiro de serviço) não estava em casa.

Arrastei-me para a casa de banho, e dei graças aos anjinhos de ter tido o bom senso de nunca deixar o paracetamol acabar cá em casa. Pois bem, lição número 1 - o paracetamol não faz nada pelas contraturas musculares. Afinal, os doentes sempre têm razão. Meia hora depois, ibuprofeno 600... Aaaaah, e 15 minutos depois já conseguia andar sem ganir, e meia hora depois já conseguia vestir o pijama... e hey, menos de 1 hora depois já estava 100% funcional na cozinha a cantarolar enquanto fazia lentilhas com ovos escalfados para o nosso jantar. Lição número 2 - e viva os anti-inflamatórios. Quero cá saber se arruinam estomagos, corações e rinses, eu quero é ficar sem dor!

Eram 3 da manhã quando o efeito do ibuprofeno desapareceu. Acordei, sem posição para estar, com uma dor tipo faca em cada inspiração, que nunca desaparecia totalmente na expiração. Raios partam. Afinal, tinha vindo mesmo para ficar. Não era passageira.

Tentei não acordar o João, mas estava demasiado inquieta na cama à procura de uma posição de alívio. Missão impossível. Decidi que ir com a minha mantinha para o sofá seria inteligente - afinal, escusávamos de ser 2 cá em casa com a noite mal dormida.

Hoje estive de banco. 3 paracetamóis, 2 ibuprofenos e 1 diclofenac depois, consigo dizer que consegui tolerar a dor o suficiente para ouvir os outros queixarem-se de dores (quanto mais não seja dores de alma) durante 10 horas seguidas.

Chego a casa às 21:30, a pensar que seria inteligente tomar um relaxante muscular. Mas a preguiça de ir à procura de uma farmácia de serviço venceu e fui para casa. Mais um ibuprofeno. E uma massagem. Afinal, dizem-me que o Relmus pouco faz, e o Flexiban dá uma pedrada daquelas que não se acorda no dia seguinte. Portanto, se calhar a preguiça era mesmo birra em tom de "Eu não quero tomar disso!"

Raios partam.

Agora mais aliviadita, vou dormir que o meu mal é sono. E dores. E os 30 a aproximarem-se a olhos vistos.

Bolas bolas bolas bolas....

VOLTA JUVENTUDE, ESTÁS PERDOADA!! =)