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Medo

É uma sensação curiosa. Parece que o mundo dentro de nós desaba completamente, enquanto o mundo cá fora continua na mesma harmonia de sempre. Curioso mesmo. Sentimo-nos sozinhos, e temos vergonha de o partilhar. Parece que temos medo que o nosso medo contagie os outros, e assim a harmonia que vemos fora de nós comece a destroçar também. Então preferimos ocultar esse medo. Não falar dele. Não é propriamente ignorá-lo... é senti-lo, mas saber que somos os únicos a senti-lo. Continuamos a sorrir como sempre, e pode ser que, lentamente, o medo se vá dissipando.

Eu tive medo. Ontem à noite, esta manhã ao acordar. Partilhei um medo menor, e acho que com isso acabei por ficar com mais medo ainda. Porque o mundo cá fora não continuou na mesma harmonia de sempre. Também desmoronou. Apenas um bocadinho, mas senti-o desmoronar, senti-o cair, pedacinho a pedacinho. E tive medo das consequências disso...das consequências do meu medo.

Mas descobri que partilhar medos não é tão mau quanto isso. Pois, apesar do pequeno desmoronamento, reconstruiu-se. E ficou ainda melhor. Mais ordenado, transformando-se num mundo em que eu me sinto um pouco mais confortável do que antes.

Quem diria...

Medo... uma sensação curiosa, mas que, afinal, serve para muito.

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1 comments:

anacruz said...

Sentimos medo porque em nós, às vezes, prevalece a insegurança e talvez esta resulte de momentos em que, em vez de confiarmos, desconfiamos...não dos outros mas do futuro, ou mesmo daquilo em que pensamos acreditar.
Do desconhecido e da dúvida resulta o medo e isso assusta...muito(!) mas não ter medo de sentir medo e não recear vivê-lo permite conhecer o que lá vem e esclarecer o que se revela dentro de cada um e o que queremos com isso concretizar.
Por isso, o melhor é mesmo ir entretendo o Tempo... (Toca a marrar!)

Bjito