É uma sensação curiosa. Parece que o mundo dentro de nós desaba completamente, enquanto o mundo cá fora continua na mesma harmonia de sempre. Curioso mesmo. Sentimo-nos sozinhos, e temos vergonha de o partilhar. Parece que temos medo que o nosso medo contagie os outros, e assim a harmonia que vemos fora de nós comece a destroçar também. Então preferimos ocultar esse medo. Não falar dele. Não é propriamente ignorá-lo... é senti-lo, mas saber que somos os únicos a senti-lo. Continuamos a sorrir como sempre, e pode ser que, lentamente, o medo se vá dissipando.
Eu tive medo. Ontem à noite, esta manhã ao acordar. Partilhei um medo menor, e acho que com isso acabei por ficar com mais medo ainda. Porque o mundo cá fora não continuou na mesma harmonia de sempre. Também desmoronou. Apenas um bocadinho, mas senti-o desmoronar, senti-o cair, pedacinho a pedacinho. E tive medo das consequências disso...das consequências do meu medo.
Mas descobri que partilhar medos não é tão mau quanto isso. Pois, apesar do pequeno desmoronamento, reconstruiu-se. E ficou ainda melhor. Mais ordenado, transformando-se num mundo em que eu me sinto um pouco mais confortável do que antes.
Quem diria...
Medo... uma sensação curiosa, mas que, afinal, serve para muito.
Hora da sesta
10 years ago
1 comments:
Sentimos medo porque em nós, às vezes, prevalece a insegurança e talvez esta resulte de momentos em que, em vez de confiarmos, desconfiamos...não dos outros mas do futuro, ou mesmo daquilo em que pensamos acreditar.
Do desconhecido e da dúvida resulta o medo e isso assusta...muito(!) mas não ter medo de sentir medo e não recear vivê-lo permite conhecer o que lá vem e esclarecer o que se revela dentro de cada um e o que queremos com isso concretizar.
Por isso, o melhor é mesmo ir entretendo o Tempo... (Toca a marrar!)
Bjito
Post a Comment