O (tão esperado) fim

Arrepios. Foi isso. Arrepios. Se me perguntarem como me senti, ali na Sala dos Actos, com Dom Carlos desenhado numa ponta, e Esculápio na outra, naquele momento, embalada pela Balada da Despedida, o que salta logo à mente é a palavra "arrepios". Mais do que os olhos banhados em lágrimas que me recusei a derramar, mais do que a felicidade e o orgulho sentidos, mais do que a saudade e nostalgia que me invadiu, foram os arrepios que senti. Semelhantes aos arrepios que senti quando chamaram por mim - "Dra Ana (...)", e me entregaram aquele certificado de fim de curso, e entre os "parabéns" de Professores Doutores, em tempos enfrentados em aulas, corredores de enfermaria, e em exames, provas orais capazes de me aterrorizar... e hoje com um sorriso nos lábios, e uns "Parabéns" que denotavam também algum orgulho da sua parte, por, mais uma vez, terem dado a sua contribuição para que uma geração de médicos estivesse a começar, ali, o seu futuro. Foi arrepiante. Vozes de tunos a cantar palavras, numa tentativa de descrever o que ía na alma de tantos ex-estudantes e recém-doutores.

Foi, de facto, arrepiante. Concretizar sonhos tem disto.... Obrigado a todos - professores, amigos, colegas e família - por todo o vosso apoio. Foram 6 anos complicados, que apesar da sua complicação, deixam (de longe!) mais recordações boas do que más... E isso deve-se certamente a todos vocês que participaram na minha vida enquanto enfrentava tamanhos dramas estudiosos.

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Fitas douradas pôr do sol raiadas
A riscar o mar
Meros testemunhos, folhas de rascunhos do curso a acabar
Canções de amizade refrões de saudade de quem já partiu
Adeus faculdade,
Adeus terna idade,
Lembrança a sorrir

Dentro do estudante um eterno amante da capa ao luar
Existe a vontade de que a faculdade o deixe ficar
Mas tal como o dia a noite fugidia irá destronar
Também negras capas transformam-se em batas para não mais voltar

- Tuna Médica de Lisboa -