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Pequenas Conquistas

Pois é!

O ânimo voltou! Aliás, voltou a ponto de já nem reconhecer o estado em que escrevi o ultimo post. Que desabafo mais descontente foi aquele? Não fui eu, concerteza (cough cough!).

A verdade é que na mesma noite em que escrevi aquilo, consegui finalmente dormir. E dormir bem! Foi óptimo! Ontem já era outra, e hoje continuo.

Mais a mais, tive uma tarde livre! Pois é, essas ainda existem na minha vida, segundo consta. Poderia ter vindo directamente para casa para por o estudo em dia, é verdade. Mas acontece que tardes livres são raras, e a segunda leitura do Le Petit Prince me estava a deixar desinspirada com isto de aprender francês. Portanto, decidi passar pela Fnac no trajecto para casa, fazendo assim um pequenino desvio do caminho normal.

Agora, já tenho mais dois livros nessa estranha linguagem gaulesa para acrescentar à minha colecção!

Vendredi ou la vie sauvage (Michel Tournier)- livro infantil, que nunca li e sempre quis ler. E tem bonecos para não desanimar! :)

Et si c'était vrai... (Marc Levy) - romance que também sempre quis ler! Infelizmente este não tem bonecos. Mas já o comecei a ler, e percebi que acontece algo trágico à gaja enquanto esta vai de férias com uns amigos (mais pormenores vão ter de esperar para uma altura em que eu tenha pachorra de abrir o dicionário e esclarecer as (muitas!!) dúvidas.


Pois é, é mesmo verdade. Eu hei-de falar francês. Vai mesmo acontecer! E a melhor parte - literatura francesa é barata! :) O mesmo livro, por metade do preço!

Hehehe

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Noite

E, mais uma vez, encontro-me desconcentradamente a tentar fixar alguma coisa que seja (mesmo que um pouquinho apenas!) desta imensidão de sabedoria concentrada em tantas páginas do grande livro que é o Harrisons. Por alguma razão, estou distraída. Leio duas frases e paro. Ponho-me a cismar. Mais uma frase, mais uma pausa. Outra frase, agora já só chego a metade... e deambulo pelo quarto, fazendo isto ou aquilo. Tudo coisas sem interesse. Mil e um pensamentos atravessam-me a mente. Mil e um pensamentos são postos a um canto do inconsciente, e mais uma vez olho para as palavras pretas escritas sobre a página branca, agora já semi-pintada em tons de amarelo e azul. No entanto, o que sublinham essas marcas coloridas, ainda há pouco colocadas? Já não sei... E volto a ler o mesmo parágrafo. Tentar mais uma vez. Afinal, talvez com a persistência, isto entre.

O tema nem é desinteressante. "Doenças do pericárdio." Desde pequena que me sinto atraída pelo coração. Supera o fígado de longe! Mas metade do que está escrito não faz sentido, e a outra metade... bom, talvez um dia com mais concentração isto até tenha lógica. Hoje não.

As olheiras começam a acumular-se. Porquê?! O cansaço é muito, e, no entanto... Talvez seja melhor deitar-me. Desistir de mais um dia, que já provou ser improdutivo, e tentar novamente amanhã. Mas deitar-me para quê? O sono vai-se assim que a luz se apaga. Fico acordada, a olhar para um relógio, vejo os minutos passar. Mas o sono já se foi. Finalmente adormeço, para acordar daí a pouco, e novamente olhar para as sombras que ilustram a parede do quarto. E isto repete-se vezes sem conta...

Insónias. Dizem que é isso. Mas será? ...

Não. Ainda é muito cedo para deitar. Devia acabar as doenças do pericardio primeiro. Afinal, amanhã posso dormir até mais tarde. É isso. Pode ser que chame o sono, que teima em não vir. Ou, pelo menos, ler mais uns parágrafos. Sentir que avancei um bocadinho, pelo menos. Tentar recuperar, que entre enfermaria e bloco, os atrasos já vão sendo demasiados. Será isso que me preocupa? Os atrasos na matéria? ...

Enfim... e lá vou eu novamente debruçar-me sobre a página semi-colorida. Pode ser que durante este intervalo tenha ganho nova motivação para absorver um pouco mais da sabedoria que ela desesperadamente tenta-me transmitir.

Boas noites.

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Saudade

Um bem desejável

não é saudade.

Saudade é

um bem já tido,

inda que fugidio,

mesmo que permanente,

sentido como pedaço

arrancado do corpo

da gente.


- Waldir Pedrosa Amorim -

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Le Petit Prince

C'est vrai! Decidi-me a aprender a falar francês decentemente. Não este arranhar um pouco da gramática, dar um toque francês ao vocabulário português, carregar nos R's, e dizer que me vou desenrascando. Estou farta disso. Quero aprender a falar francês.

Como?

Da mesma maneira que aprendi a falar inglês -> obrigando-me:

1) Interagindo em francês (se bem que esta ainda está numa fase muito inicial, em que a consciência do sotaque horrível me impede de pronunciar mais que duas palavras juntas, e chamo àquilo uma frase). Mas já começo, aqui e ali, a falar um bocadinho (MUITO pouco) com gente que até percebe do assunto, ao contrário de mim, e que, pacientemente, lá me vão dando umas lições.

2) Ouvindo francês (e viva o youtube... se bem que não vou muito além do "tous le garçons et les filles de mon age", admito!)

e finalmente

3) Ler em francês.

A última é o que tenho feito mais. Até agora, a lista de livros lidos em francês é pequenina - li apenas o principezinho. Mas fiquei feliz, não só porque a história é linda, mas também porque consegui perceber (quase) tudo! Étoiles, Rénards, Baobabs, serpents, volcans en activité... tudo isto em apenas uma semana! Fantástico.

E, para comemorar, hoje a frase que deixo no blog é em francês também. Retirada desse grande livro Le Petit Prince.


"On ne voit bien qu'avec le coeur. L'essentiel est invisible pour les yeux."


Au Revoir! :)

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Bed of Roses

Sitting here wasted and wounded
At this old piano
Trying hard to capture
The moment this morning I don't know
'Cause a bottle of vodka
Is still lodged in my head
And some blonde gave me nightmares
I think that she's still in my bed
As I dream about movies
They won't make of me when I'm dead

With an ironclad fist I wake up and
French kiss the morning
While some marching band keeps
Its own beat in my head
While we're talking
About all of the things that I long to believe
About love the truth and
What you mean to me
And the truth is
baby you're all that I need

I want to lay you down in a bed of roses
For tonite I sleep on a bed of nails
I want to be just as close as the Holy Ghost is
And lay you down on a bed of roses

Well I'm so far away
That each step that I take is on my way home
A king's ransom in dimes I'd given each night
Just to see through this payphone
Still I run out of time
Or it's hard to get through
[Bed Of Roses lyrics on http://www.metrolyrics.com]

Til the bird on the wire flies me back to you
I'll just close my eyes and whisper,
Baby blind love is true

I want to lay you down in a bed of roses
For tonite I sleep on a bed of nails
I want to be just as close as the Holy Ghost is
And lay you down on a bed of roses

Well this hotel bar hangover whiskey's gone dry
The barkeeper's wig's crooked
And she's giving me the eye
I might have said yeah
But I laughed so hard I think I died

Now as you close your eyes
Know I'll be thinking about you
While my mistress she calls me
To stand in her spotlight again
Tonite I won't be alone
But you know that don't Mean I'm not lonely
I've got nothing to prove
For it's you that I'd die to defend

I want to lay you down in a bed of roses
For tonite I sleep on a bed of nails
I want to be just as close as the Holy Ghost is
And lay you down...

I want to lay you down in a bed of roses
For tonite I sleep on a bed of nails
I want to be just as close as the Holy Ghost is
And lay you down on a bed of roses

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Foi desta!

Pediram-me que eu parasse de roer as unhas. Nada de novo aí.

Mas desta vez foi um pedido... especial. Algo que me fez tomar uma atitude perante este vício horrível. Daí ter dado ouvidos, coisa que nunca aconteceu antes.

E assim fiz - decidi parar de roer as unhas. De início, até eu tive dúvidas. Afinal, esta seria a minha 1000ª tentativa de parar de as roer. Será que conseguiria? Mas graças a pastilhas elásticas, verniz, pensamento positivo, frustração (boa!) perante bocas de terceiros, e a lembrança do pedido... Acho que consegui! Há 1 semana que não roo uma unha - um novo record para mim. Não roo ao estudar, não roo ao ver televisão... É óptimo! E já se vêm resultados!!

Portanto, para todos os que não acreditavam possível (eu inclusive), e para todos os que sempre acharam que eu conseguia, aqui vai o meu grito de vitória!

Uma semana e um dia depois, já se nota a diferença!

Daqui por uns tempos começo a arruinar-me com manicures! :)

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Encantos cirurgicos

Uma gastrectomia parcial que se transformou, intra-operatoriamente, numa gastrectomia total com derivação em Y de Roux, acompanhada de metastasectomia hepática, colecistectomia e jejunostomia, tiveram em mim um efeito fantástico. Re-encontrei o gosto pela cirurgia, desde há alguns tempos perdido.

É claro que a situação é trágica... afinal, uma neoplasia gástrica metastisada não pode ser bom para o doente... E um doente tão bem disposto e simpático não merecia tal patologia. No entanto, para mim foi lindo (por mais horrivel que isto possa soar...). Este acompanhar o doente durante todo o internamento, e depois estar ali, mesmo em cima da cirurgia, e ver, e correlacionar, e... sei lá! Foi simplesmente lindo.

Quando eu andava no terceiro ano, tinha medo. Medo de "não ter estômago" para aguentar medicina. Dos livros, lia coisas que tinha dificuldade em imaginar. "E se eu não aguentar ver isto ou aquilo ser feito? E se eu desmaiar? E se eu fizer figura de ursa, e cair redonda em cima do procedimento?" Eram questões que me atormentavam os pensamentos de vez em quando. Mas o quarto ano veio, e com ele, o primeiro estágio prático, que, só por acaso, era cirurgia. E... UAU! Apaixonei-me. Talvez por ser o primeiro estágio, talvez por estar integrada numa equipa fantástica, ou ainda as colegas bem dispostas e que partilhavam o gosto pela especialidade... não sei muito bem. Mas adorei, coisa que eu estava longe de imaginar que fosse acontecer. Fazia os bancos com gosto, e acabado o estágio, ainda ía de vez em quando queimar umas horitas aos bancos de São Francisco. Quando o estudo não apertava tanto, claro está.

Mas o quinto ano foi trágico. Cirurgia II limitou-se a manhãs passadas numa salinha encafuada no Egas a ter aulas teóricas. Boas aulas teóricas, é verdade... mas a prática era inexistente. Foi a tragédia. Uma especialidade tão gira, e eu... ali... sentada numa cadeira, a aprender, ou desaprender. Foi aí que cirurgia começou a perder um pouco do seu encanto.

Chegada a cirurgia no sexto ano, a coisa foi bem diferente. Mais prático do que isto, impossível. No primeiro dia fomos logo avisados que seriamos tratados tal como internos. Não havia cá diferenças entre os alunos do sexto, e os internos do comum. As funções eram as mesmas, apesar de uns já serem médicos, e os outros ainda não. E assim começou a aventura. Horários longos, doentes chatos, pedidos de exames que não compreendia, o estudo do Harrison's cada vez a atrasar mais, as visitas em que é necessário apontar tudinho direitinho, para saber o que fazer a qual doente, e quando, e como, e.... enfim, grandes confusões. Apesar do bom tutor, e da equipa ser toda muito simpática, houve ali qualquer coisa que não batia muito bem. Algo aconteceu entre o 4º ano e o 6º, e cirurgia perdeu todos os encantos. Deixou de ser o "WOW! Fantástico! Lindo! Incrível!", e passou a ser apenas o "Eh... é giro... Mas há coisas melhores". Serão so conceitos teóricos esquecidos que fazem com que a prática tenha menos lógica? Ou a falta de contacto com os colegas, sentindo-me sempre como a "ovelhita negra" que não sabia este ou aquele pormenor, no meio de tantos médicos já formados, que, curiosamente, sabiam o dito cujo pormenor? Ou o hospital em si, cuja enfermaria corrida não ajuda muito? Não sei muito bem... sei que houve algo que se perdeu.

No entanto, a cirurgia de hoje devolveu-me o gosto. Chego a casa, e apetece-me abrir o Netter, relembrar a anatomia, abrir o Sabiston e compreender o procedimento, abrir o Harrisons e decifrar toda a patologia associada, todos os sintomas. Apetece-me saber isto, entender isto, e ir mais além. Estar mais dentro do assunto para a próxima, saber os pormenores.

O que houve de tão especial nesta cirurgia, que me ocupou a tarde inteira prolongando-se para o início da noite? Não sei bem. Mas o que quer que tenha sido, ainda bem que aconteceu. Estava a precisar deste ânimo cirurgico! :)

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Favoritismos

"Eu cá não sou de favoritismos..." Longe vão os tempos em que o azul batia o cor de rosa, em que a mãe era mais boazinha que o pai, em que a sopa de grão era a melhor delas todas, em que o pijama com os cordeirinhos era o mais usado... Nah, acho que me transformei lentamente numa gaja um pouco... indiferente. A mãe está já ao nível do pai (o pai subiu de nível, portanto :P), o azul é tão giro quanto o cor de rosa (mas amarelo é que continua a não dar com nada), o caldo verde e o grão satisfazem-me igualmente, e o pijama com os gatos é usado tão frequentemente quanto o pijama com os cordeiros (enquanto um lava, o outro seca, e por aí fora).

No entanto, apesar da indiferença quanto aos "favoritos", o mesmo não se passa com os "desfavoritos". E hoje cheguei à conclusão que terças feiras são "desfavoritas". O que é estranho, pois são dias de consulta, e eu adoro consultas. Aquela sequência "entra doente, vê-se doente, sai doente, entra novo doente, vê-se novo doente, sai novo doente" é algo que me agrada. O único senão é que implica sair tarde e a más horas. Não muito mais tarde que nos outros dias... mas o que é certo é que chego a casa rota. Acho que não há melhor palavra para definir o meu estado às terças feiras à noite - Rota. Completamente rota. Porque é que as terças têm este efeito sobre mim? Não sei. Afinal, cheguei a casa à mesma hora de ontem, e amanhã chegarei novamente a horas indecentes. No entanto, segundas e quartas chego a casa com outro espírito. Parece haver qualquer coisa na terça que me consome lentamente ao longo do dia...


O que vale é que já só há mais uma terça feira neste estágio! :)

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Lua e Arredores

O meu irmão deu-me uns binóculos. Foi já depois do Natal, por razão nenhuma... apenas porque sabia que eu gostava de mirar as estrelas. Mas acontece que, até há uns dias, tinha estado sempre a chover, ou encoberto... Enfim, tinha binóculos, mas as estrelas não se deixavam ver. Mas hoje... UAU! A sério, o céu nocturno é lindo, mas com uns binóculos, é divinal! Ou se não é, está lá mesmo perto!

Vi a Lua, as suas crateras e mares, a superfície rugosa, com um brilho incrível...

Vi Marte, lá mesmo ao lado, o planeta vermelho, com o seu tom alaranjado, que tão facilmente se destaca de todos os outros pontos luminosos no céu...

Vi Gémeos, aquela constelação tão simples, perdida no meio do céu, naquele momento encostada à lua... umas estrelas que passariam despercebidas, não fosse um mapa celeste dizer-me que aquelas estrelas, tão despegadas, tão iguais a tantas outras, talvez até menos brilhantes, eram na realidade uma constelação... a minha constelação.

E vi tantas outras estrelas. Uma imensidão de pontinhos brancos, invisíveis a olho nu.

... Uau ....! Estou maravilhada! :)

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Caminhos

Ninguém pode construir no teu lugar

as pontes que precisarás passar,

para atravessar o rio da vida

- ninguém, excepto tu, só tu.

Existem, por certo, atalhos sem números,

e pontes, e semideuses que se oferecerão

para levar-te além do rio;

mas isso te custaria a tua própria pessoa;

tu te hipotecarias e te perderias.

Existe no mundo um único caminho

por onde só tu podes passar.

Onde leva? Não perguntes, segue-o.


- Nietzsche -

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Pedra Filosofal

Nestes dias em que tantos sonhos atravessam-me a mente, há uma música que tem sido quase que uma constante no meu inconsciente, e que de vez em quando lá se revela um pouco...

Afinal, ninguém melhor que António Gedeão para definir este estranho sentimento/acção que é o sonhar, e para ilustrar como basta um sonho para transformar uma vida. Afinal, que seria de nós se não sonhássemos alto de vez em quando?


PEDRA FILOSOFAL

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.


(In Movimento Perpétuo, 1956)

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Vida

"The life of every man is a diary in which he means to write one story, and writes another; and his humblest hour is when he compares the volume as it is with what he vowed to make it."

J.M. BARRIE, The Little Minister



A vida é uma coisa muito engraçada. Estranha, mas engraçada. É, realmente, o momento. Não pode ser vivida nem no futuro nem no passado. É o agora. Espera-se que seja o amanhã. É o que nos lembramos de ter sido o ontem. Mas na verdade, não passa de um momento - O momento presente. Pois o que é lembrado é muitas vezes detorpado, e o que ainda vai ser vivido não passa de esperanças e ambições. E que ambições essas...! O que ontem parecia tão grandioso, o hoje ensina-nos que não é assim tanto. E o que ontem julgávamos ser tão horrivel hoje encanta os nossos pensamentos.

Desilusões e surpresas. Acontecimentos e rotinas. Alegrias e tristezas.

A vida é uma coisa extraordinariamente curiosa.

Portanto - Vive-se o momento... pois... é a vida!

(e tudo isto porque, encantada pela escrita do J.M.Barrie, fui desencantar a frase inicial)

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Chuva e Sol

Não escrevo há uns dias, é verdade. As horas fora de casa são mais que as passadas em casa, e o cansaço acumulado ao longo do dia supera o repouso durante a noite. E o pouco tempo que estou em casa, aproveito para fazer algo útil, nomeadamente fingir que estudo (quando, na verdade, durmo de olhos abertos numa posição altamente desconfortável, sentada à secretária). Tudo ajuda. São as longas horas de trabalho, é o tempo chuvoso que dá sono...

No entanto, chegando ao fim de uma terça feira convencida (pelo cansaço) que se trata de uma tarde de sexta feira, decidi pôr termo a isto. Preciso de fazer algo para me distrair, e escrever um pouco no blog parece-me uma ideia excelente. (Afinal de contas, Paris fica longe (hihi) e está demasiado chuvoso para ir passear, e na tv não dá nada que preste...).

E, desta maneira, dou por mim a esrever uma vez mais algo sem interesse algum para alguém. Podia continuar na mesma onda dos últimos posts, mas aí diriam que eu estava a ficar maluquinha de todo, e altamente entediante, sempre a escrever os mesmos sorrisos e suspiros. Podia contar sobre a postinha de carninha extraordinariamente grande que tiraram hoje a um senhor acordado, com a ajuda de um bisturi, mas as pessoas ficariam chocadas com os detalhes nojentos de tal história. Podia ainda optar por um post sobre algum gato, mas esses andam mais adormecidos do que eu, com tanta chuva que São Pedro nos manda ultimamente. Ou podia também optar por algo mais romântico e postar sobre o livro que comprei hoje, "Cartas de Napoleão a Maria Luíza", mas esse post vai ter de esperar para quando eu acabar de ler o livro (que, com o cansaço que vai, duvido que esteja para breve).

Portanto, acho que acabo de escrever um post sem escrever sobre nada. Mas vá, como nem tudo é mau, e como o bom humor reina, não desperdiço tempo das vossas vidas com textos completamente inúteis. Como gosto de frases ditas por gente mais brilhante do que eu, partilho mais uma:


“Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela, mas há aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol.”

~ Pablo Picasso ~


... E depois, há aquelas pessoas que, sem querer, conseguem transformar-nos numa dessas pessoas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol! :)

(É verdade, não consegui resistir a deixar aqui um pouco mais dos meus suspiros)

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Suspiro

Desta vez, não consigo postar grande coisa.

Depois de uma noite mágica, a única coisa que me sai neste momento é um suspiro grande e sentido. Apaixonado, enamorado, já cheio de saudades, provavelmente, e acompanhado de um sorriso...


aaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

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Apaixonada?

Sento-me à secretária com o Harrison's aberto, e depois de um dia cansativo, penso apenas - mais vale fechar isto que o estudo hoje não vai render... deixo isto antes para amanhã. Vou antes actualizar o blog, ou coisa parecida.

Então ponho-me a pensar no que escrever no blog. Qualquer parvoíce que me venha à cabeça, para se juntar a tantas outras parvoíces já aqui depositadas. Mas acabo desiludida. Não me vem parvoíce nenhuma à cabeça. O que torna este post totalmente inútil, e uma perda de tempo para quem o lê.

É então que penso - e porque não escrever simplesmente o que realmente me enche a cabeça de momento? E não, não estou a falar do estudo do Harrison's... pois apesar de ele ocupar, actualmente, uma grande parte da cabeça, seria um tema demasiado estudioso para escrever quando se foge ao estudo em si. Estou sim a falar do que me ocupa outra grande fatia dos meus pensamentos. Porque não simplesmente admitir? Gritar em voz alta (ou escrever desalmadamente....) aqui no blog, deixar de fingir, e começar a encarar esta pequena maravilha (que de momento parece enorme) como pura realidade. Sem medo. Apenas admitir. Afinal, os que escolhem perder tempo das suas vidas a ler o blog ou são amigos (que merecem saber), ou são perfeitos desconhecidos, que se devem estar nas tintas para o que escrevo, e portanto, não é grave ficarem a saber também.

Bom... Então aqui vai. O que mais me ocupa o tempo que "desperdiço" a pensar, actualmente, é um nome próprio (e todas as características a ele associado). ... Masculino....

Será que estou verdadeiramente a apaixonar-me? Não sei responder a isso... nunca estive verdadeiramente apaixonada para saber o que é suposto sentir/fazer/dizer para admitir estar em tal estado. No entanto, seja isto paixão, seja isto o que for, o que é certo é que me está a deixar num estado de espírito incrivel. Verdadeiramente feliz, a ponto de não conseguir conter tanta felicidade, e explodir em mil sorrisos espalhados ao longo das horas. Ando "apanhadinha", segundo sou informada carinhosamente pelos mais carinhosos. Talvez não apaixonada. Ou talvez sim... Quem sabe? Mais uma pergunta a ser respondida pelo tempo. Com calma... sem pressa.

Porque, paixão ou não, a verdade é que gostaria de prolongar este estado de espírito por muito tempo. Afinal, felicidade extrema é algo demasiado raro para desperdiçar com precauções e racionalizações.

É encarar isso. E seguir em frente. :)

Afinal de contas... Carpe Diem!

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Uma nova forma de sentir

É incrível como um mero estado de espírito pode alterar um dia inteiro! :) Há muito que não me sentia assim (será que alguma vez senti?)

Um dia que tinha todos os pré-requisitos para ser um dia daqueles... sei lá, maus, péssimos, horriveis...

Um atraso do metro a ir para o hospital, chegar ao hospital e deparar-me com a falta de uma doente cujo tempo dispendido com ela a rotulou como querida, que entretanto vim a saber que faleceu durante o fim de semana ( :( ), o almoço às 2:30 da tarde, a morte da minha doente ainda mais querida, ali à minha frente (...), a cirurgia marcada para as 3 que acabou por ser às 4:30, chegar à estação de corroios às 20:30, cansada fisica e psicologicamente, deparar-me com um autocarro que só chega daí a 30 minutos e concluir que indo a pé, por mais que isso custe aos meus pobres calcanhares doridos por passar um dia inteiro a acartar com todo o meu peso será talvez a melhor solução para chegar menos atrasada ao jantar, isto quando o estômago pede comida há já uma hora....

E, no entanto, ao longo destas horas custosas, muitos sorrisos se formaram nos meus lábios! :) E a caminho de casa, os sorrisos continuaram. Que estranha felicidade é esta que me invade? :)

Aaaaaaiiiiiiii, como a vida é bela de vez em quando!

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Just for Today

Just for today, I will try to live through this day only, and not tackle my whole life problem at once. I can do something for twelve hours that would appall me if I felt that I had to keep it up for a lifetime.

Just for today, I will be happy. This assumes to be true what Abraham Lincoln said, that most folks are as happy as they make up their minds to be."

Just for today, I will try to strengthen my mind. I will study. I will learn something useful. I will not be a mental loafer. I will read something that requires effort, thought and concentration.

Just for today, I will adjust myself to what is, and not try to adjust everything to my own desires. I will take my "luck" as it comes, and fit myself to it.

Just for today, I will exercise my soul in three ways: I will do somebody a good turn, and not get found out. I will do at least two things I don't want to--just for exercise. I will not show anyone that my feelings are hurt; they may be hurt, but today I will not show it

Just for today, I will be agreeable. I will look as well as I can, dress becomingly, talk low, act courteously, criticize not one bit, not find fault with anything and not try to improve or regulate anybody except myself.

Just for today, I will have a program. I may not follow it exactly, but I will have it. I will save myself from two pests: hurry and indecision.

Just for today, I will have a quiet half hour all by myself, and relax. During this half hour, sometime, I will try to get a better perspective of my life.

Just for today, I will be unafraid. Especially I will not be afraid to enjoy what is beautiful, and to believe that as I give to the world, so the world will give to me.

~K. Holmes ~

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De volta a realidade

"You can't know it all. And even if you knew everything that anyone else knows (which you can't, so stop worrying about it), you still wouldn't know what you need to know to help many patients."

- from "A Not Entirely Benign Procedure" by Perri Klass -



Sinto-me enferrujada. Parece que 5 anos de curso se apagaram da minha mente, e quando me deparo com um doente, o local onde antes havia tanta informação, toda ela organizada, toda ela sabida... agora encontra-se vazio, ou apenas um aglomerado de palavras chave sem qualquer relação entre elas. ...Porquê?... Ou será que não é falta do conhecimento, mas sim uma questão de circunstâncias? Talvez, talvez...

Aaaaaaiiiiii, detesto sentir-me incompetente...

(isto passa)

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