Porque é que eu me apaixono por músicas de piano antes de aprender as que já foram alvo da minha atenção?!
:)
Forrest Gump Theme
Mais uma
Critical Care Medicine
E é assim que se acaba um capítulo de pneumo, vira-se a página (literalmente) e parte-se rumo ao desconhecido. Esfolheio agora páginas nunca antes lidas deste livro magéstico! A acabar a segunda volta à matéria (só falta cárdio!) e deparo-me com um novo estímulo para continuar a leitura - finalmente, algo diferente!!!
(é o que dá serem intitulados capítulos extra - não são lidos na primeira volta, e provavelmente não serão lidos numa terceira...)
SIRS, ARDS, Choques de todos o géneros e feitios... aqui vou eu! :)
Uma pergunta
Esfolheio o meu livro novo. Afinal, sempre aprendo qualquer coisita, e "des-saturo" um pouco do Harrison's...
Mas inevitavelmente, enquanto o faço, surge uma pergunta (muio pouco científica, devo admitir) na minha mente:
Porque é que será que os gajos que aparecem nas fotos dos livros de semiologia, que tão habilmente desempenham o seu papel de doente, usam todos cuecas de marca?!
Não que tenha algo contra... mas aqueles "---Dim---" e "Sloggy for men" escritos a branco sobre elástico preto captaram a minha atenção. Para além de ser publicidade barata, transmite ainda uma ideia muito pouco fidedigna da realidade clínica... :P
Nostalgia (novamente)
Ok... prometo não postar muito mais sobre a nostalgia que me tem acompanhado nos últimos tempos. Afinal, começa a ser um tema demasiado batido aqui no blog. Mas, no entanto, hoje não consegui evitar. Por duas razões.
Primeiro, fui hoje comprar o último livro de medicina que alguma vez comprarei na condição de aluna de medicina. Faltam 3 semanas para acabar, e tão cedo não compro mais livros. Curiosamente, o livro não é adequado ao 6º ano... mais virado para o 3º, talvez. Simpático, com muitas imagens, e destinado a ensinar-me tudo o que ao longo de 6 anos não consegui aprender de semiologia médica. Ao pagar, não pude evitar o sentimento curioso que é aperceber-me de que nunca mais farei tal coisa baseando-me no apoio financeiro da figura paterna ... ("o próximo, já vai ser com o meu ordenadozito!")
Por outro lado, pus-me a ver o DVD da bênção. Ai.... sim, correram lágrimas... pouquinhas, mas os olhos humedeceram a ponto de transbordarem. Saudades... E melhor ainda foi reconhecer caras entre malta de outras faculdades de pessoas que já foram colegas e amigos, outrora, noutros tempos.... E saber que um dia sentirei, daqui a alguns anos, pelas caras que partilham o dia a dia comigo hoje exactamente a mesma coisa que senti ao reconhecer as caras que partilharam comigo o dia a dia de outros tempos, e que agora só muito raramente se encontram... e quando se encontram são os "olás" frios partilhados entre pessoas que já não se conhecem... mas que já foram grandes amigos.
Aaaaaaiiiiiii...
... nostalgia...
Brevemente
Sentar-me à mesa, a comer um corneto numa tarde de Verão com um calor insuportável, com uma amiga, simplesmente a falar, debater, criticar, recordar, lembrar, comentar, sonhar...
... sim, são estes os momentos que vão deixar mais saudades...!
A três semanas do fim... e, no entanto, começo agora a pensar de outra forma. Será que afinal não é a 3 semanas do fim... mas sim a 3 semanas do início? Um início desconhecido e que, por isso mesmo, mete medo a quem pensa nele... mas ao mesmo tempo, fascinante e cheio de grandes mistérios para serem desvendados... Se, por um lado, "nostalgio", por outro sonho acordada com dias que brevemente virão.
Ena... isto está a passar tudo tão rapidamente...!
Badoca Park
Nos dias que correm, em que se fazem grandes planos para ir fazer algo de "especial" em tom de comemoração do fim de curso (ou se calhar isto serve apenas como desculpa esfarrapada para visitar mais um cantinho deste pequeno país), decide-se ir ao Badoca Park. Nada como a mãe Natureza para acalmar um pouco os espíritos! :)
Vai-se à net, vê-se a página lá do sítio, fica-se entusiasmado ao descobrir todo o tipo de bichinhos que por lá existe (têm tigres de Bengala!!)... e qual não é o espanto quando me deparo com a foto de um Iaque!
UAU!
E fica assim decidido - Eu quero uma foto do grupo de futuros IACs (Internos do Ano Comum - futura condição partilhada pelos actuais alunos de 6º ano de Medicina) com um Iaque! Tem mesmo de ser! :) Nem que a gente tenha de ir à caça do bicho em pleno safari, mas esta foto tem de existir para finalizar o "grande állbum de fotografias" do curso!
Mal posso esperar!!! :)
O fungagá da bicharada
"Aquele que ao longo do dia é activo como uma abelha, forte como um touro, trabalha que nem um cavalo, e que ao fim da tarde se sente cansado que nem um cão, deveria consultar um veterinário porque é bem possível que seja burro!"
- Anónimo -
Existe algum veterinário na blogosfera? :)
Desatino
"Há dias de manhã que uma gaja à tarde descobre que não devia ter saído à noite..."
Já o disse uma vez, mas repito-o.
Não gosto de medicina interna - é um facto. Não é que desgoste, é simplesmente que não seja algo que me faça vibrar. Os gemidos e as lamúrias das enfermarias, com aquele cheiro a urina no ar, as mortes diárias, os casos em que já não há mais nada a fazer, os doentes a serem tratados "à pressa" para se dar a alta rapidamente, apenas para ter mais uma vaga... Não, medicina interna não é para mim. Mas quando começa a haver surpresa atrás de surpresa (não propriamente agradáveis....), o gosto pela medicina interna esvai-se ainda mais, e aquela sensação de acordar todas as manhãs contrariada torna-se mais forte. Que coisa... com tantas belas maneiras de acabar um curso, logo havia de ser esta a reservada para mim.
Segunda feira. Vou trabalhar. Acordo às 7:00 (depois de um Domingo estafante, penso em faltar... mas a maldita consciência lembra-me que faltar é feio....), vou trabalhar. Saio do hospital às 15:30, mais coisa ou menos. Chego a casa às 16:40, apenas para voltar a sair às 19:30 - afinal, segunda feira é dia de banco. Mas (!), penso eu feliz e contente, amanhã é folga. Aliás, Domingo não se estuda e vai-se ver família porque afinal, vai haver uma folga (saída de banco) durante a semana para compensar o estudo. Certo? Talvez não... porque, por qualquer razão que me transcende, decide-se discutir os doentes mais cedo. à 00:00, por qualquer razão. Por qualquer razão estranha também, às 00:40 mandam-me para casa. "Estás dispensada", diz o tutor... às 00:41, olha para traz e com um sorriso "e olha, amanhã vais à enfermaria ajudar a Inês".
"Mas... amanhã é saída de banco....!" digo eu, algures entre a incredulidade e o tentar perceber se estão a gozar comigo, ou se falam mesmo a sério...
"Vá lá... precisas de estudar, é?" ( ironia -> Naaaah, acha?! Eu?! Claro que não, sou tão inteligente que eu já nem pego mais no Harry até ao exame... é o que eu penso neste ponto. Por alguma razão, a única coisa que sai acaba por ser um "sim" meio amedrontado...)
"Seria simpático se fosses amanhã! Ela está lá sozinha", continua ele, ainda a sorrir. (Pois, e quando fui eu, reles aluna do 6º ano, a ficar sozinha na enfermaria?! Mais do que uma vez, já?! .... Nóia)... Porque é que será que eles dizem estas coisas a sorrir, quando têm consciência que nós estamos a sofrer por dentro? Mistérios da medicina....
E pronto. Percebi porque estava a sair tão cedo. Percebi aquela semi-correria (paço normal, em vez do paço de caracol habitual) a ver os doentes do SO. Percebi a boa disposição do tutor. E percebi que o meu plano de estudo ía falhar. Percebi também que seria difícil acordar amanhã, e dói-me só de pensar que quarta é para estar cedérrimo no Chico.... Eu devia repôr o sono algures... Pensava eu que ía ser amanhã, mas pelos vistos terei de esperar por Sábado. Que ainda vem longe.
A sério... eu não gosto de medicina interna.
E acho que vou dormir... Ou tentar. Que chegar a casa chateada tira o sono e faz com que acordar amanhã seja ainda mais penoso... mas há que tentar.
Boas noites!
Fim de semana
Um fim de semana que prometia ser estudioso acabou por se tornar num dos menos rentáveis... mas azar! :) O importante é que estou feliz!
... Há fins de semana fantásticos, não há? :)
(É claro que isto obriga a alguma alteração de planos de estudo previamente estabelecidos, mas hey... até pode ser que seja uma alteração pelo melhor!... E pode ser também que o peso na consciência seja suficiente para servir como motivação para o estudo ao longo da semana! hehehe)
Silêncio
Lembro-me dos meus tempos de criança, quando acordava a meio da noite e tinha medo. O silêncio que se ouvia naquela casa assustáva-me, assim como me assustavam as imagens imaginadas de todas as coisas terríveis que poderiam pôr termo àquele silêncio ensurdecedor. A pouco e pouco começava a ouvir o meu coração bater, a minha respiração acelerar.... Mas o silêncio continuava. Escutava com toda a atenção, numa tentativa de conseguir ouvir algum aviso antes da quebra do silêncio, mas nada... o silêncio continuava, e eu continuava assustada até o cansaço se apoderar de mim, e adormecer novamente. Quando acordava na manhã seguinte, com a mãe a cantarolar enquanto fazia o pequeno almoço, o irmão a gritar por alguma razão, o pai a dizer alguma coisa, com todo aquele ruído que me era familiar, pensava em como o meu medo da noite anterior não fazia sentido, e sabia que nunca mais iria ser tola a ponto de ter medo do silêncio da noite... mas o cenário repetia-se logo na noite seguinte.
Hoje torno a ter medo do silêncio. Apesar de todo o ruído à minha volta, o silêncio assombra-me, e dou por mim a ouvir o meu coração bater, a minha respiração mais profunda... quero forçar a quebra deste silêncio, pôr um fim de algum modo, acabar com este receio... mas sou incapaz. Então, permaneço assim, simplesmente a escutar, esperando ansiosamente que o cansaço se apodere de mim, e eu torne a acordar num mundo que me é familiar uma vez mais. E a seguir, olhar para trás, e ver como este medo não fazia sentido, que era apenas mais uma tolice de quem não tem mais nada em que pensar....
A construir um futuro
Estudo. Mais uma vez, o tema do post.
A manhã, passada entre aulas e hospital, passou a correr, com o grande bónus que acompanha todas as quartas feiras - aqueles poucos minutos em que nos sentamos todos, de volta de uma(s) mesa(s), a comer e a trocar ideias, conversas interrompidas típicas de um grupo de pessoas que aos poucos se vai distanciando, e já não sabe ao certo o que dizer... ainda assim, os momentos continuam a ser dos melhores que há ao longo da semana de trabalho.
Chegada a hora de "vir para casa estudar", vê-se o Sol a brilhar e a vontade é a de ir passear. "E porque não?" é a pergunta que salta imediatamente à mente. Afinal, o exame ainda vem longe, e o tempo com os amigos torna-se cada vez mais escasso. Então, há que aproveitar. Vai-se à Baixa, passeia-se pelas suas ruas, olha-se para o castelo e recorda-se momentos passados, desfruta-se duma tarde maravilhosa de fim de Primavera, trocam-se ideias e comentários, faz-se umas figuras tristes, dá-se umas gargalhadas sentidas, aumenta-se o nível de endorfinas...
... e finalmente apanha-se o autocarro para voltar para casa. Chega-se com um espírito leve, e, agora sim, é hora de ir estudar. Com a certeza que o tempo vai render, porque afinal, é só isso que falta fazer. Já se trabalhou, já se descansou... agora estuda-se, para, a pouco e pouco, ir construindo um futuro digno do que existe na nossa imaginação.
Tal como Abraham Lincoln dizia: "The best thing about the future is that it only comes one day at a time."
Então, sendo assim... Carpe Diem! :)
(Afinal de contas, o post não foi tão estudioso quanto imaginava que ele fosse no início! :) )
Gasimetria
Hoje fiz uma gasimetria.
Fiquei encarregue de uma senhora que tinha cianose labial (o menor dos seus problemas), e na entrada de ontem do seu processo, a médica tinha recomendado a quem iria ver a doente hoje (eu, portanto) a fazer uma gasimetria. Perante a cianose, não hesitei. Ou talvez tenha hesitado um pouco, durante uns segundos.
Acontece que hoje foi dia de visita. Quando pensei em fazer-lhe a gasimetria, a imagem que me ficou da senhora durante a visita veio-me à mente. A técnica das análises sanguíneas tentava tirar-lhe sangue, e ela gritava, e pedia que lhe tirassem a agulha, e tentava recolher o braço, e continuava a gritar. Tal imagem faz qualquer pessoa pensar duas vezes em relação a fazer uma gasimetria, pois se tirar sangue custa, tirar sangue arterial custa ainda mais. Mas tinha de ser, e por isso enchi-me de coragem, e fui observar a senhora, preparada com o meu pequeno kit de gasimetrias. Afinal, cianose labial e última gasimetria feita há mais de 48 horas não podia ser.
Comecei a falar com ela, observei-a... e chegou o momento crítico.
Eu - "Vou ter de lhe fazer uma piquinha..."
Doente - "Ah, não faça! Já hoje fizeram..."
Eu - "Vá, tem de ser..."
Doente - "Mas eu não quero...!"
(...)
"Ok, isto vai precisar de mais um pouco de conversa", pensei eu. Até porque eu não queria imaginar a minha doentinha a tirar a mão no momento em que eu espetasse a agulha, e todos os estragos que daí pudessem resultar.
Sentei-me e falei com ela. Sobre a importância do pequeno exame, que compreendia, que eu também não gostava nada quando me faziam a mim (embora nunca me tenham feito nenhuma... mas conhecendo-me como me conheço, sei que não ía gostar), mas que a intenção era que ela melhorasse, etc etc etc.
Não sei bem como, mas consegui convencer a doente. Ela lá estendeu o braço. Antes de dar a piquinha avisei: "vá, uma piquinha... mas não fuja com o braço!"
Até eu me espantei. Acertei na artéria à primeira (não foram necessários segundos preciosos ali a procurar quase às cegas, apesar do pulso fraco!!) e a doente nem gemeu. Só me pediu, ao fim de uns segundos, para tirar a agulha. Mas não refilou quando eu disse "só mais um bocadinho" enquanto esperava que o vácuo da seringa puxasse sangue suficiente para a análise.
Fiquei feliz. E acho que a doente também. Eu porque tinha conseguido o meu objectivo, sem um único grito de dor. A doente porque teve ali alguém que lhe dedicou uns momentos antes de lhe fazer "uma maldade", explicando-lhe o porquê da maldade, e de um modo ou outro mostrando que compreendia o seu sofrimento.
... E fica mais um relato das pequeninas (muuuuuito pequeninas) diferenças que eu vou fazendo aqui e ali, ignoradas por todos, mas que a mim me sabem lindamente. :)
Alternativa ao grito
Apetece-me gritar... Não sei se posso, se não posso, se devo, ou até se tenho razão para o fazer... mas apetece-me gritar. Seria talvez um bom modo para me ver livre da frustração acumulada, talvez esta sensação de impotência/incerteza se desvanecesse um pouco...
Infelizmente, gritar dá nas vistas, e em vez disso combato lágrimas que teimam em se acumular, e que eu tento controlar. Pois enquanto gritar ainda me faz algum sentido, chorar não faz sentido nenhum. Não por uma imbecilidade destas.
Sei que amanhã, quando acordar fresquinha, quando isto fizer apenas parte de um "dia de ontem", vou-me rir desta frustração sentida, pois tenho consciência que talvez, e só talvez, lhe esteja a dar demasiada importância, importância essa que ela não merece. Mas hoje pergunto-me se eu não seria bem mais feliz se este meu sonho profissional não tivesse passado de mais um sonho que nunca conseguiria concretizar, a juntar-se a tantos outros que foram ficando pelo caminho, e que hoje fazem parte apenas de um passado já vivido....
.... Nóia.
Motivação
E eis que estou prestes a embarcar numa viagem ao grande mundo da fibrose quística. Desvendar todos os seus mistérios... Porque ocorre? Quando ocorre? O que acontece? O que fazer para melhorar a vida destes doentes?...
Não sei. (Ou pelo menos não sei tanto quanto devia saber.) Por enquanto.
Mas isso vai mudar! Em apenas 4 páginas do Harrison's (menos de duas horas de estudo), poderei ficar capaz de responder a essas perguntas, e a tantas mais! UAU!
Vou já abrir o meu livro, e estudar!
Dizem por aí que há imensos métodos de nos auto-motivarmos... pois eu estou em fase de experimentação. :)
"And maybe someday we will meet, and maybe talk and not just speak"
Hora da história
A HISTÓRIA DO PAPÃO
Era uma vez, há muito muito tempo... um papão. Era um papão rechonchudo, verdinho, com dentes grandes e afiados. Passava o tempo a assustar as crianças, que lhe tinham muito respeito! O papão ía de casa em casa, especialmente na altura das refeições, ou quando era hora de ir dormir. Sempre que uma mãe ou um pai dizia, em tom arreliado: "Come depressa! Olha que vem aí o Papão!" ou "Vá, vai para a cama! Não quero birras! Olha o Papão!", o papão punha-se logo em posição de ataque, pronto a aparecer a qualquer instante... mas raramente era preciso, a criança começava a comer, ou ía dormir sem fazer mais birra... e o papão deixava-a em paz. Afinal, o papão não se metia com as crianças que eram boazinhas, e toda a gente sabia isso.
Mas certo dia, estava o papão a passear pelas ruas, a ver qual a criancinha que precisava de um susto valente para fazer o que os pais lhe mandavam, e eis que surge pela sua frente.... uma criatura estranha e felpuda, também ela rechonchuda, de um verde ligeiramente mais claro que o do próprio papão, mas com dentes tão grandes e afiados como os dele. E tinha um lacinho.
Seria aquela criatura... uma papoa?!
Acontece que toda a gente falava d'O Papão. Nunca ninguém falava em papoas. E o Papão, tão ocupado que era aquele monstrinho, nunca tinha parado para pensar que talvez, só talvez, ele não fosse o único da sua espécie no Mundo. Nunca se tinha questionado quanto à sua origem (era um papão muito pouco filosófico).
Travaram conhecimento naquela noite, e naquela noite não houve papões. Alguns pais ainda disseram aos seus filhos "Vá, vai para a cama! Não quero birras! Olha o Papão!", mas o papão não apareceu a nenhuma das crianças. Nem mesmo àquelas que não obedeciam, que teimavam em continuar as birras. Os pais ficaram surpreendidos, e sem saber o que fazer... Onde estaria o Papão, agora que eles precisavam dele?
As noites foram passando, e nem sinais do Papão. O que lhe teria acontecido?, perguntavam os pais aflitos... Mas pouco a pouco foram-se apercebendo que não lhes valia de nada invocar o seu nome. As crianças eram astutas, e aos poucos foram perdendo todo o respeito pelo nome do Papão. Já não tinham medo - os pais bem que ameaçavam, mas ele nunca aparecia. E as crianças continuavam a fazer birras... Os pais, imaginativos como são, começaram a tentar outras técnicas - desde dar palmadinhas nas crianças à chantagem com jogos, passeios e playstations.. mas curiosamente, nada funcionava tão bem como o papão.
... e até aos dias de hoje, nunca mais houve papões. Às vezes, nas casas mais antiquadas, ainda se ouve invocar o nome do Papão. Mas hoje em dia só os mais pequenitos se deixam amedrontar. Ainda não sabem que o Papão já não aparece há anos. Mas rapidamente aprendem, e começam a ganhar passeios, jogos e playstations graças à sua astúcia e inteligência... apesar de mausinhos.
Mas afinal, perguntam agora, o que é feito dessa criatura? A verdade é que o Papão se apaixonou naquela noite. E desde então tem passado todas as noites com a Papoa, feliz e contente... e já quase nem se recorda dos seus dias solitários, quando assustar crianças era o seu passatempo preferido.
Afinal de contas, até o Papão conseguiu perceber que a vida é bela! :)
FIM
(Que raio de post este... mas apeteceu-me contar uma história)
Entretenimentos
Ah, feriado! Solarengo! Tão bom! Talvez um pouco quente demais, é verdade... mas ainda assim, TÃO BOM! :)
Deu para estudar, deu para resolver exames (que me disseram que afinal não sou a abécula que me julgava), deu para planear um estudo da totalidade do Harry em 3 meses (os tão famosos planos), deu para aproveitoar o que a vida tem para oferecer... e deu para arranjar mais trabalho. (Quando se passa um dia bem disposta, ele tende a render... há que aprender com isto!).
Projecto número (....) (perdi-lhes a conta) - Scott Joplin - Entertainer
E, só para não desmotivar, porque esse de cima soa-me a complicado e difícil, eis algo simples e repetitivo (aprende-se dois compassos e já se sabe a música toda, quase. É destas que a gente gosta para aliviar um pouco o stress! ... Apesar de melancólica).
Projecto número (....)+1 - Yiruma - Maybe
E aí temos entretenimento" para os tempos livres do futuro próximo.
Feriados solarengos? Venham eles! :)
Indiferença
É simples... fria, mas simples, toda a indiferença que se faz sentir nas enfermarias. Os doentes vêm, os doentes vão, alguns ficam-se sem nunca mais acordar... e no entanto, tudo continua. Indiferentemente. Como se nada fosse. Se for preciso, ainda se ri e diz umas piadas. Para aguentar tamanhos erros, tamanhas barbaridades cometidas, tamanhas vidas perdidas.
É a festa (será, talvez, mais orgulho?) quando se salva uma vida. Mas é a indiferença quando ela se perde. Não importa de quem a culpa. Da doença, do doente, do médico, do enfermeiro, do tão famoso "sistema". Não importa. Perdeu-se... paciência.
Será a vida coisa tão banal para merecer tal desprezo?
...
O Grande Plano
1 - Acabar de ler o capítulo de asma na próxima meia hora
2 - Fazer perguntas do capítulo de asma na próxima hora e meia
3 - Arrumar quarto antes do dia acabar
4 - Acabar pneumo nas próximas 3 semanas
5 - Começar cárdio antes das aulas acabarem
6 - Começar 3ª volta a matéria antes de Julho acabar
7 - Acabar 3ª volta a matéria antes d' "O Exame"
8 - Ingressar no Ano Comum em Janeiro de 2009
9 - Ingressar na Especialidade (seja ela qual for) em Janeiro de 2010
10 - Reformar-me algures em 2049 (casando e tendo filhos entre ponto 9 e 10)
11 - Morrer não antes de 2074
Alguém se queixava dos planos a longo prazo saírem sempre furados. Pois eu já tenho tudo planeado! :)
Ah, e já agora...
(...)
12 - Ser feliz.
Famosa !! (2)
Quando a Ordem dos Médicos menciona um artigo feito com base num estudo realizado por um grupo de pessoas do qual eu fiz parte, é caso para se ficar orgulhosa! :)
http://www.nortemedico.pt/?opc=dest&dest=10647
Wow!
"Mãe, pai, vejam isto!!" :)
Tecnologia da treta
"Across the globe, 429 million people have access to the Internet, according to a recent report on global Internet trends by Nielsen/NetRatings."
(in http://www.cie-gnyc.org/mets2002/Divide.htm)
Incrível - tanta gente ligada... e aquela pessoa que eu mais queria que tivesse acesso a este pedacinho de tecnologia maravilhosa está... com problemas técnicos.
Aaaaaaaiiiiiiiiiiii.... a vida é injusta.
:(
A cigarra e a Formiga
(segundo Bocage)
Tendo a cigarra em cantigas
Passado todo o verão
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
Rogou-lhe que lhe emprestasse,
Pois tinha riqueza e brilho,
Algum grão com que manter-se
Té voltar o aceso estio.
- "Amiga", diz a cigarra,
- "Prometo, à fé d'animal,
Pagar-vos antes d'agosto
Os juros e o principal."
A formiga nunca empresta,
Nunca dá, por isso junta.
- "No verão em que lidavas?"
À pedinte ela pergunta.
Responde a outra: - "Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora."
- "Oh! bravo!", torna a formiga.
- "Cantavas? Pois dança agora!"
Moral da História:
Tentando ser formiga, e preparar-me para o amanhã que tão depressa teima em chegar, confronto-me com a estranha sensação que é encontrar em mim mais semelhanças com a cigarra...
... O que me leva a tirar uma conclusão importante - tenho de aprender a dançar! :)
(Ao menos, que haja boa disposição!)
Meravigliosa creatura
Pois é, a Di vai para Itália, e eu por cá fico.
Nada como despejar todas as minhas mágoas numa fatia de pizza e com boa música italiana. Em Portugal fisicamente, mas (nos meus sonhos!) a passear por Roma com a Di! :)
Women Rule!!
É típico. O homem vê a bola, a mulher vê a telenovela. A luta constante pela televisão é notória quando existe apenas uma (coisa rara hoje em dia, mas que ainda assim acontece).
Qual deles tem razão?
Ora, sabendo que a obesidade é a grande epidemia do século XXI, temos de dar razão às mulheres. Pois acontece que ver uma telenovela durante uma hora queima mais calorias do que ver um jogo de baseball durante 3 horas. E, mais uma vez, a mulher prova ser bem mais inteligente que o homem!
Someday, we shall conquer the world! :D
(NOTA - dados muito pouco fidedignos, retirados de uma página de curiosidades da internet, onde encontrei o seguinte:
"Watching an hour-long soap opera burns more calories than watching a three-hour baseball game."
Não me parece ser de confiança...)
Apetece-me Sorrir...
... e por isso, vou sorrir.
Simplesmente porque tu existes, e mesmo longe pensas em mim. :)
Utopia
Tenho andado a estudar o Harry. Todos sabem disso. No entanto, se calhar "estudar" não é o termo mais indicado.
Ler, admirar, surpreender-me com a quantidade de pormenores (que um dia - não "hoje" - vou ter de decorar!), esfolhear, sonhar acordada em cima das suas páginas, sublinhar, ver os bonecos acrescentados da 16ª para a 17ª edição - tudo palavras/expressões que poderiam substituir a palavra "estudar" para tornar a primeira afirmação deste post um pouco mais verídica. É verdade que passo muitas horas em frente àquele calhamaço. Mas até que ponto é que essas horas são proveitosas, e até que ponto eu não faria melhor figura se estivesse a passear e a aproveitar o sol que, finalmente, decidiu aparecer, até eu tenho dúvidas!
No entanto, isso está prestes a mudar! (Sure, sure.... Tal como esteve prestes a mudar há uma semana, há um mês, na Páscoa, no Natal.... é um facto, as minhas mudanças drásticas no estudo não dão resultado... admito!)
Mas desta vez é diferente.
Desta vez estou armada com estímulos para conseguir atingir um bocadinho (mesmo que ínfimo!) do meu grande objectivo de começar a estudar o livro "a sério".
Tenho a certeza da versão que vai sair - a 17ª. Tenho a 17ª pronta a ser lida em cima da minha secretária.
Tenho a certeza das proximidades da data do exame - segunda quinzena de Novembro. Tenho a 2ª quinzena de Novembro já delimitada no meu calendário.
Tenho tabelas que me informam sobre a importância de cada um dos temas com base numa análise das perguntas dos exames anteriores. Tenho uma folha branca à minha frente para tentar organizar a informação das tabelas num plano de estudo infalível.
Portanto, é agora.
Ready - Set - Go!
Vamos começar a estudar a sério.
1 de Junho
Bom bom, é chegar todos os anos a dia 1 de Junho, e deixar despertar a pequenina criança que existe dentro de cada um de nós. Fechar os olhos às responsabilidades dos adultos, à maldade do mundo, aos defeitos das pessoas... e simplesmente ser feliz com o que se tem e com o que nos rodeia, num mundo onde tudo faz sentido aos nossos olhos!
Feliz Dia da Criança a todos, miúdos e graúdos! :)