(segundo Bocage)
Tendo a cigarra em cantigas
Passado todo o verão
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
Rogou-lhe que lhe emprestasse,
Pois tinha riqueza e brilho,
Algum grão com que manter-se
Té voltar o aceso estio.
- "Amiga", diz a cigarra,
- "Prometo, à fé d'animal,
Pagar-vos antes d'agosto
Os juros e o principal."
A formiga nunca empresta,
Nunca dá, por isso junta.
- "No verão em que lidavas?"
À pedinte ela pergunta.
Responde a outra: - "Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora."
- "Oh! bravo!", torna a formiga.
- "Cantavas? Pois dança agora!"
Moral da História:
Tentando ser formiga, e preparar-me para o amanhã que tão depressa teima em chegar, confronto-me com a estranha sensação que é encontrar em mim mais semelhanças com a cigarra...
... O que me leva a tirar uma conclusão importante - tenho de aprender a dançar! :)
(Ao menos, que haja boa disposição!)
Hora da sesta
10 years ago
3 comments:
boa disposição é essencial.
alice
O ideal é ser um mix entre a cigarra e a formiga :)
ai ai...amanha, amanha...vai ser um dia muito longo...e produtivo, espero!
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