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Hipocrisias

Basta de hipocrisia! Chega!

Está em todo o lado, caramba! Desde os falsos sorrisos, que deixam transparecer o que fica por ser dito, as simpatias traídas pela expressão do rosto, os tons de voz forçados... até às reformulações de códigos deontológicos que deixam a necessidade de preservação da vida humana ao critério de cada um...


O famoso artigo 47 vai (inevitavelmente) ser alterado.

"Código deontológico - artigo 47.º
1. O médico deve guardar respeito pela vida humana desde o seu início;
2. Constituem falta deontológica grave quer a prática do aborto, quer a prática da eutanásia;
3. (...)"

Que tinha de ser alterado, é um facto. Afinal, quando a lei diz uma coisa, e as "leis morais" exigem outra, é porque algo não bate certo... Mas ao menos que alterem a coisa de modo sensato! Pareceu-me ouvir dizer nas notícias (mas não posso garantir... afinal, havia conversa animada à mesa, barulho de talheres a bater contra pratos, cães a ladrar, gatos a miar...), que a alteração efectuada deixaria este ponto em aberto, "ao critério de cada médico".

Não entendo a ética desta ideia. Não consigo perceber... Quando a deontologia é deixada ao "critério de cada um", de que serve existir? "Ah, só é deontologicamente incorrecto caso você não concorde com o aborto.. agora, se você é a favor, faça, sem qualquer peso na consciência, porque nese caso deixa de ser deontologicamente incorrecto!"... a sério que não consigo perceber... Melhor ainda será averiguar se existiu falta deontológica grave, punível, ou se tal não existiu, apenas com base numa pergunta simples - "É a favor do aborto?" (pobre daquele que tiver contribuido para um aborto, e responda "não" a esta pergunta!)



Se calhar estou a simplificar demais as coisas, certamente não se passará desta maneira. Posso até ter percebido mal... Mas ainda assim, com ou sem alteração do código deontológico, com ou sem leis que contribuem para a crescente irresponsabilidade humana, a grande verdade que permanece é que, realmente...

... Longe vão os dias em que o famoso "primum non nocere" estava à cabeceira de cada gesto praticado.

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