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O stress do fim

Faz-se tarde. Quer-se dizer... não é propriamente tarde. 23:06 devia ser "cedérrimo" segundo os parâmetros de uma gaja de 23 anos. No entanto, mais uma vez estou aqui KO, com o espírito de uma velhota de 90 anos, que só pensa na hora de ir para a cama.... Será isto normal? Pior do que isso é a consciência de que mais um dia passou, e este ainda pior que os precedentes - enquanto nos últimos dias ainda peguei no harry, quanto mais não fosse para o transferir de um canto da secretária para o outro, hoje nem o vi. Está numa divisão da casa onde nem sequer entrei... E o pânico, as borboletas na barriga, as unhas (!! voltei a roê-las, é verdade....)... aaaaaaaaiiiiiiii....

O dia começou chuvoso. Feio e cinzento, com chuviscos aqui e ali, que em alturas pareciam prenunciar um dilúvio iminente. Cheguei ao fim dum árduo dia de trabalho de enfermaria, onde, curiosamente, saí de lá consciente que, feitas bem as contas, não tinha feito quase nada (apesar do cansaço sentido às 5 da tarde, quando saí porta fora de guarda-chuva em mão convencer-me do contrário!!)... fiz pouco, e a ritmo e passo de caracol, devido a engonhanços dos "superiores". Enfim. Sabendo que o banco que se avizinha (é já na segunda à noite!) promete um completo e total abandono pelos já licenciados, deixando o mero do estudante à deriva entre doentes com patologias saídas do arco da velha, dirigi-me à Bisturi (essa bela fonte de conhecimento!) com intenção de comprar algo que 1) coubesse no bolso e 2) me ajudasse a superar o tão temível banco. Encontrei um livro sobre urgências médicas, que cabia no bolso, e que de facto me parece genial. Agradecendo a todos os deuses (e também aos autores!) por tal pequeno milagre posto sobre a face da terra, fui para casa feliz. Convencida que ía finalmente chegar um pouco mais perto do fim das hepatites virais (harry....), que já andam a ser arrastadas desde domingo. Tal não aconteceu.

Chego a casa, deparo-me com toda a família para jantar (irmão em casa significa jantar longo e comprido). Pior (ou melhor!) - ttrouxe mais 7 emblemas para coser na minha capa! Os emblemas são giríssimos, mas tal surpresa traduziu-se num passar o resto da noite a coser emblemas (ainda só vou a meio). No meio do desespero entre linhas e agulhas (costura NÃO é para mim!), fartei-me, desisti, e fui antes colar fitas na capa. Ao menos essa ultima tarefa ficou completa.

E pronto... cheguei aonde me encontro agora. Com as hepatites tal como estavam antes, com mais 4 emblemas cosidos (e 3 por coser....), e uma capa cheia de fitinhas amarelas e verdes, que me faz lembrar uma omelete de salsa sempre que olho para lá. E um cansaço que supera de longe as olheiras já estabelecidas (começo a suspeitar que estas já não saiem mais...).

Ai.

Chegar ao fim de um curso custa muito! :D Quase mais que o fazer de uma ponta à outra. Mas a felicidade sentida compensa tudo isto.


... Eu sei que vou ter muitas saudades desta semana em particular. Não é todos os dias que se vê nos actos e nas palavras de outras pessoas o quão orgulhosas elas estão de nós. No entanto, devo confessar que neste preciso momento o que mais quero é conseguir sobreviver a tudo isto!!! :)

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